GADO FARDADO
Lenilton Morato – 30 de março de 2011
Na cultura e na tradição gaúcha, existem dois eventos que são muito
comemorados nas estâncias (fazendas): a marcação e a castração do
gado. No primeiro, o ferro em brasa com as iniciais do dono do rebanho
queima o couro da rês para que todos saibam a quem ela pertence. No
segundo, retiram-se os culhões dos touros, que passam a ser chamados
de bois, com o objetivo de torná-los mais mansos e de engorda mais
rápida, preparando-os para o abate. Os indivíduos que possuem
características de boa performance e genética são poupados da
castração para que se tornem reprodutores, garantindo ao proprietário
melhores exemplares para o abate.
Dentro da sistemática da esquerda, ocorre algo semelhante. Indivíduos
são marcados e castrados com a ideologia do partido. A marca,
entretanto, só é perceptível quando a infeliz criatura abre a boca
para repetir o batido discurso revolucionário, em apoio cego a toda
forma de dominação intelectual, cultural, moral e religiosa. A
castração ocorre quando, ao observar potenciais opositores, a esquerda
trata logo de capar as lideranças, seja através de perseguição
ideológica, seja pela utilização de cargos em estatais para retirar
dos opositores a vontade de lutar pelo que acreditam. Assim, tal qual
nas estâncias gaúchas, o gado fica sob controle, esperando a hora do
abate.
Dentro dos quartéis não é diferente. Mesmo antes da chamada
redemocratização, a esquerda foi progressivamente marcando sargentos,
oficiais e comandantes para que abraçassem o seu ideal de "um mundo
novo é possível". Progressivamente, a geração de militares nascidos e
formados após a retomada do poder pelos partidos políticos foi sendo
trabalhada para acreditar que o passado seria esquecido e que a
anistia seria realmente para todos. Como coelhos, os cidadãos fardados
foram caindo na armadilha. Foram marcados em sua mente, em sua alma
para serem apolíticos, sem opinião ideológica formada. E pouco a pouco
foram esquecendo os porquês da necessidade do movimento de 31 de março
de 1964 e seu posterior enrijecimento. Passaram a acreditar na
história contada por aqueles que perderam a batalha militar, mas
venceram a guerra cultural.
Aos poucos oficiais de alta patente que ousaram tentar manter viva a
história daqueles conturbados anos, o partido tratou logo de
castrá-los. Retirando o comando de muitos, enviando para a reserva
outros tantos ;a regra do jogo ficou muito clara: aqueles que se
posicionarem a favor da Revolução Democrática de 1964 não poderiam
ascender aos postos mais elevados da hierarquia militar. E caso já os
tivessem galgados, seriam castrados, ou seja, destituídos de seus
grandes comandos e retirados para a inatividade. Assim, foi sendo
minada a resistência militar aos mandos e desmandos da esquerda, ao
mesmo tempo que promoveu-se o acovardamento dos comandantes. A moeda
de troca? Cargos, dinheiros, e uma "boquinha" numa estatal como a
Petrobrás ou a Vale. A esquerda tem, enfim, o seu rebanho fardado.
O ápice, porém não desfecho, deste processo pode ser observados em
duas decisões recentes: a da POUPEX em não mais patrocinar o periódico
INCONFIDÊNCIA e a do Comando do Exército em retirar do calendário, as
comemorações alusivas à Revolução Democrática de 31 de Março de 1964.
Além de não divulgar de maneira clara esta decisão para a tropa, fica
evidente o acovardamento moral de nossas Forças Armadas diante desta
manifestação clara de tentar forjar ainda mais a história. De olho em
seus vencimentos , para não serem ejetados da vida militar e com
possibilidade de arrumar um carguinho nas diversas empresas, agências,
secretarias e ministérios do governo, os comandantes militares deixam
de defender a história de seu país, deixam de lutar pela verdade dos
fatos daqueles anos tão distorcidos pela historiografia oficial da
academia.
Cada vez mais rapidamente, as nossas Forças Armadas vão fazendo parte
do grande rebanho esquerdista. São tratados como gados, marcados e
castrados, para depois serem abatidos. Não levantam a voz em defesa de
seus ideais. Não mexem uma pena para tentar resistir a esta
sem-vergonhice socialista. Entregam suas almas ao partido. Quebram o
sagrado juramento de lutarem em defesa da HONRA da Pátria, tão
maculada por aqueles que hoje governam o país. Apenas baixam a cabeça
e repetem o mantra: sim senhor (a).
Ignoram completamente que estão sendo vítimas de um processo que os
levará à sua destruição. Em breve, os outrora defensores da democracia
e da liberdade de 1964 serão acusados de torturadores, assassinos e
genocidas pelos próprios militares. Estes simplesmente ignoram o mundo
a seu redor, limitando-se à rotina de batalhas fictícias contra um
inimigo imaginário, enquanto o verdadeiro os governa e comanda.
O triste e preocupante é saber que a cada geração de novos generais a
ignorância acerca das forças que atuam no mundo e no Brasil é cada vez
maior. Não conseguem enxergar além daquilo que foram programados, além
do que permite a marca ideológica imposta pela esquerda, mesmo quando
eles sequer se dão conta que a possuem, como gados.
Os que reagem são castrados. Consequentemente, não deixam novas
descendências. E o rebanho segue engordando, cada vez mais pronto para
o abate.
http://leniltonmorato.blogspot.com/
--
Beijos da Rose
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